Os toques que um banco sente
Sento-me num banco da Alameda.
E inconto os corpos que se chegam e vão.
Uns pedem-me licença para se sentarem
E agem como se o banco fosse meu
Outros ignoram-me. Não me olham.
Ficam poucos segundos e zarpam.
Outros estão prestes a dizer algo, mas calam.
No final todos se vão. Todas.
E eu continuo atento à minha leitura.
Vou devolvendo as bolas que um pé esquerdo perdeu
E ocupo-me do sol.
No final vou-me também.
E logo outro ocupa o meu lugar à sombra.
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