Cigarros e banheiras vazias
Loiça e pele que são um
Beata que no tronco esfria
Pensamento vazio; há nenhum.

Nudez em vinte e quatro sete
De pé, descalço, sujo o chão
Fecho os olhos e lanço prece
Aguardo pela compensação.

Sono, mas sem querer dormir.
Falam, mas não estou a ouvir.
Vivo, mas sem querer sentir
Ou sinto demais, custa-me partir.

Atiro-me, cabeça, à sina
Perecemos de futilidade
Resigno-me ao clandestino
Do tempo, aleatoriedade

Sofro de ausência de poder,
De controlo sobre tudo.
Se fosse, outra vez, nascer
Nascia ditador do mundo.

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