Sem silêncio.

Calado me mantive de inquietude; não por conformismo, mas desconforto. A humanidade tem-me, ultimamente, desassossegado. Tudo me revolta e anseia e pondero sobre os próximos passos a tomar através do Eu coletivo que somos. Os últimos tempos assemelham-se a uma distopia, bem real, que estava à espera de acontecer. A instabilidade da democracia. O despoletar de acontecimentos e ideologias que a mediatização deu a conhecer em veemência e que, até à data, o silêncio tirara força. Mas não silenciemos mais. Emancipemos as vozes. O mundo está desconexo e a divisão é incoerente. A discriminação é uma presunção ousada e ilógica. Todas elas injustificáveis. O conceito de supremacia é resultado de uma programação sistematicamente errónea. Um erro de progresso. Desprogramem-se. Gosto da união que vejo erguer-se no que nos separa; o estranho seria se de outro modo fosse, embora, lamentavelmente, já nada me surpreenda. O preconceito disfarça-se em subtis dégradés de rotina e é, por vezes, difícil de evidenciar. Devemos, contra isto também, desenvolver imunidade de grupo. É contra a injustiça que nos impomos lutar. Atormenta-me a indiferença. Sejamos sempre tão despertos e unidos como agora estamos. Sem silêncio.

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