Não tenho cabeça, tenho alma

Quero deitar o chão
E com ele deitar-me também
Atirar, para longe, esta solidão
Que só me permite ser ninguém

Sinto-me a ser sugado
Para os confins de um nada eterno
Estou, em mim, cerrado
Um ser; toda a vida hiberno

É um flagelo, mas sem água
Que não me permite boiar
Mundo raso, alma tábua
Que (des)acelera o meu pulsar

Se, ao menos, a chama queimasse
E eu sentisse a sua dor
Mas tampouco sinto o frio, embora achasse
Que seria alguém de valor

Não tenho cabeça. Tenho alma.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Uma ode em três partes

Isto não é uma pub

O apagão