Mente noturna

    Surgem-me pensamentos aleatórios e corridos à mente, dos quais partes suas não partem de mim. Por norma, quando escrevo, gosto de narrar experiências ou sonhos meus, porque considero que é algo justificável e talvez relevante de passar em papel, mas depois sinto que há tanto mais que conseguia deixar escrito. Assim, sem motivo nenhum. Escrever sem nexo, só porque sim, porque me apetece, "porque" e ponto.
    A minha mente vê-se por vezes invadida por tempestades de ideias. Quando em argumentos, dou por mim a afirmar algo e a arranjar maneira de o contradizer (não que este processo seja totalmente infalível). Isto porque nada está, como é óbvio, absolutamente certo - nem mesmo esta frase. Acredito que tudo é dogmático ao existir, ainda que dogmas não existam. Ora, isto faz com que, quanto mais pense e tente compreender o que me rodeia, mais incertezas tenha sobre o mesmo. Vejo no x um y e também um z.
    Por vezes é confuso porque quanto mais tento chegar ao cerne de algo, mais me conformo com a incapacidade de o fazer e simplesmente deixo a causa ser e existir. Da observação tornei-me crítico e da crítica tornei-me observador, porque a crítica condiciona o pensamento, define. E, ao definir algo, isso não passa mais disso mesmo. Dou por mim com uma atitude de deixar vir o vento e não forçar as coisas. É como é. Também sou apologista de que é a busca incansável que origina progresso e que o conformismo é um pecado. Contudo, o progresso como processo é um dar dois passos à frente e um atrás - isto porque, como se sabe, novas respostas vêm acompanhadas de novas questões. É um caminho infinito. Talvez a Verdade Total nunca seja para ser sabida ou talvez esteja já atrás da porta.
    Tudo isto é muito subjetivo, a realidade não passa disso mesmo. Tudo são contextos e nada é algo na totalidade.
    Deixa ser.

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