Eu?
Talvez eu seja mesmo maluco. Mesmo que o meu cabelo encaracolado espetado, uns olhos castanhos claros, um estilo próprio e uma estatura atlética não o comprove, sou um fanático por livros. Tenho uns duzentos lidos e ainda mais uma centena por lêr no meu armário lá de casa. A minha mesinha de cabeceira é uma autêntica desarrumação, um monte de folhas, pilhas de livros e uma dúzia de apontamentos e sarrabiscos à mistura. Sou aquele tipo de pessoa que quando vê um livro sente necessidade de o comprar. Aquilo fascina-me! O cheiro a livro, novo ou velho, a luz fraca das bibliotecas. É um cenário bastante agradável para se estar.
Não gosto de dormir. Sinto que é um desperdício. Mas também não gosto de acordar. Odeio deitar-me mais cedo, mas gosto de me deitar e fechar os olhos para pensar. Mas não os mantenho sempre fechados. Logo depois surge uma ideia que tenho que apontar num papel ou na palma da mão. Pode ser uma ideia estúpida e que talvez nunca irei utilizar, mas fica apontado. Adoro passar tempo ao ar livre, sentir a energia da floresta, pode-se dizer que sou um apreciador da Natureza e que faço até mesmo parte dela. Gosto do mar, das ondas e da força da água. E gosto de comer.
Tenho uma certa dificuldade em descrever-me. Não gosto de o fazer, nunca senti tal necessidade. Não sou o tipo de pessoa ligada à imagem pelo que é raro olhar o espelho, mas quando o faço pergunto-me o que sou ou que serei. Não sinto necessidade de ter um emprego bastante elaborado, uma coisa simples que me faça feliz. Talvez um dia viaje e escreva tudo num bloco de papel. Gosto de me imaginar sentado a escrever, e é isso que gosto de fazer.
Quando as rugas me cobrirem a face, a minha estatura estiver fraca e o peso dos anos carregar-me o corpo, quero olhar para trás e sentir-me realizado. Quero olhar e poder dizer que não mudaria nada, que se voltasse o tempo atrás, apenas viveria outra vez...
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