A falácia da palavra

O problema de, e com, as palavras é que um conceito esclarecido tentará sempre significar outro. Uma explicação nunca se verá livre de uma comparação. A tentativa de definir não só limita como, na verdade, não define. No mundo das palavras, nada será mais que um sinónimo ou seu oposto.
    Tentemos definir Arte de forma branca e simplista. O que é arte? Arte é a manifestação de originalidade criativa. Mas manifestação é manifestação. Originalidade é originalidade. Criatividade é criatividade. Arte é arte. Como pode uma coisa ser a outra? 
    Não pode. Não pode e não é. 
    A própria noção de arte não é arte. Nomes, adjetivos e alcunhas, embora carreguem peso, não têm substância. Se a uma estátua é atribuído o estatuto de arte, então arte é apenas um complemento do que o que a estátua é. A totalidade de uma obra não se esgota na sua identificação como "obra" ou "arte".
    Eu, primeiro, sou. E só depois sou Filipe
    A falácia da palavra é que tenta fazer do mundo abstrato, concreto.

    E assim se vão deliciando os deuses da semiótica.

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