Gosto do café no ponto de me queimar a língua. Quando viajo, transporto comigo um frasquinho de grãos esmagados e faço da sua degustação um hábito de socialismo individual. Em intervalos e apenas sozinho, tiro tempo para ir buscar o frasco escondido no canto de um quarto qualquer e procuro onde ferver a água. Sinto-me quase clandestino. Depois recosto-me e cruzo a perna. Bebo sempre duas chávenas, nunca me fico por apenas uma. O resultado é um vício preenchido, o estômago cheio e, por vezes, um lábio em ferida. 

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